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Em um mundo em que cada vez mais os androides ganham vida própria, como fazer para tornar esses mecanismos aliados dos humanos?
Máquinas que contam histórias para crianças, realizam videoconferências, identificam emoções, interagem de modo correspondente, ajudam a abrir garrafas, girar uma chave na porta, remover obstáculos, colocar os copos na lava louças e a jogar o lixo fora! Carros que dirigem sozinhos, realizam serviços de entregas, softwares cuidadores de idosos e “serpentes” cirurgiãs. O avanço da tecnologia faz com que as pessoas comecem a questionar até que ponto são úteis para seus empregos atuais já que as máquinas estão cada vez mais inteligentes e prontas para trabalharem incansavelmente sem a necessidade de receberem salários, benefícios e todo o resto que um humano precisa. A nova tecnologia vai ajudá-los a trabalhar de forma mais eficiente ou vai colocar seus empregos em risco? E o que acontece com as pessoas que executam as mesmas tarefas que esses robôs?
Para responder essas perguntas precisamos falar sobre emprego híbrido. Emprego híbrido implica em desenvolvermos uma convivência amistosa com automação em tarefas rotineiras. Rotina quer dizer repetição. O que inclui organizar sempre as mesmas prateleiras, classificar sempre os mesmos objetos, redigir sempre o mesmo exame, inferir sempre o mesmo contrato, girar sempre a mesma chave. Serviços repetitivos a automação já faz, mas ao mesmo tempo em que os postos de trabalhos tornam-se alvo dos robôs, novas profissões são criadas graças ao impulso tecnológico que a máquina gera. Os robôs, portanto, não vão roubar o seu emprego, mas sim gerar mais oportunidades.
Pesquisa de James Bessen (Boston University) revelou que, desde 1980, empregos nas ocupações que “usam computadores” cresceram mais do que as que não usam. Ou seja, a automação quer dizer mais produtividade e menor custo e isso pode gerar mais empregos não menos. No emprego híbrido as habilidades entre máquina e humano se combinam. Nele, o humano atua como “tutor” da máquina, acompanhando ondas tecnológicas.
Grande parte do debate em torno da automação ignora o fato de que a maioria é parcial – que nem todo o trabalho é assumido pelas máquinas. De fato, apenas uma das 270 ocupações listadas no censo de 1950 foi eliminada graças à automação: operadores de elevadores.
As tarefas não automatizadas restantes podem se tornar mais valiosas. Isso ocorre porque a automação é suscetível de assumir tarefas mundanas ou repetitivas, dando mais tempo aos profissionais para fazerem as coisas que realmente exigem suas habilidades. Por exemplo, no domínio da saúde, se a triagem da maioria das condições pode ser automatizada, as salas de emergência podem permitir que os médicos se concentrem em casos especiais, aumentando o número de diagnósticos corretos e pacientes tratados, além de fazerem diagnósticos e planos de tratamento mais personalizados, já que tem acesso a grandes bancos de dados do mundo todo.
No curto e médio prazo, o principal efeito da automação não será necessariamente a eliminação de postos de trabalho, mas a sua redefinição. À medida que as habilidades e tarefas exigidas na economia mudam nossa resposta não deve ser o alarmismo ou o protecionismo, mas um investimento estratégico na educação.