São muitos os avanços que envolvem este contexto, sob vários aspectos. Suas consequências não estão somente confinadas à substituição direta das atividades existentes, como as que citamos. Envolvem muito mais coisas, como, por exemplo, os robôs que estão sendo desenvolvidos no Japão capazes de apreender o que achávamos pertencente apenas ao domínio dos seres vivos, como sentir medo e outras emoções. Estudos recentes têm mostrado que emoções podem ser apreendidas e que não são algo específico aos seres vivos dotados de inteligência, mas pertencem ao processo de inteligência e aprendizado, processos estes que são o alvo do estudo da IA e suas aplicações. Este parece ser um tema muito perturbador, e na verdade é, quando passamos a perceber que a aplicação de IA revela-nos questões que vão de substituição de pessoas por máquinas no processo de automação. Não estamos afirmando que isso é uma verdade, mas temos indícios para considerar que isso possa ser demonstrado como verdade e esta questão já é suficiente para darmos atenção ao assunto.
Muitas pessoas têm reagido negativamente a estas questões. Acreditamos que criticar e negar não trazem nenhuma solução, sendo apenas uma reação desesperada e que causa confinamento e autoexclusão dos avanços nos quais a sociedade está inserida e sem opção de retorno. O que precisamos é debater com clareza essas questões, e identificar que mudanças devem ser promovidas na geração atual, para que num futuro próximo estejamos mais preparados para atuar e absorver esses novos conceitos.
Independente da questão extremista que coloca as máquinas com uma estimativa de até 80% de substituição das atividades que conhecemos hoje, é fato que estamos passando por um período de revolução tecnológica e, mesmo não focando no contexto desta substituição em massa, várias outras consequências estão presentes e não devem ser descartadas ou minimizadas, tais como o fato de as novas gerações necessitarem de mais preparo para lidar com o grande número de intervenções tecnológicas que estão por vir. Outro ponto a ser considerado é que as empresas com fundamento em novas tecnologias estão cada vez mais presentes entre as histórias de sucesso sobre formas de atuar, gerir e pensar diferentes das maneiras ditas clássicas.
Para este novo conjunto de empresas modernas que configuram seu ponto forte na criatividade, conhecimento e uso de novas tecnologias, como IA, Internet das Coisas, Robótica e etc., seguem alguns exemplos clássicos.
A maior livraria do mundo, a Amazon, que tem seu patrimônio cada vez mais digital, é intangível; A Apple que tem em seu patrimônio tangível apenas algumas dezenas de porcentagens do que ela está avaliada; e O Uber, que trabalha com transporte de pessoas, mas não dispõe desses transportes em seu patrimônio.
Frente a este cenário, resta uma pergunta que consideramos ainda mais perturbadora do que a invasão dos robôs em nossas atividades: como estamos preparando nossos filhos para este futuro? É isso que as escolas ensinam? Se o mundo está mudando temos que mudar também a forma de preparar as novas gerações. Qual o sentido de preparar uma geração para um futuro diferente do que vai encontrar? Como a tecnologia está sendo inserida na educação das crianças?
Neste aspecto, a TRON coloca o uso da robótica 2.0 como uma solução alternativa para inserção de tecnologia da educação por meio da robótica. Considerando não apenas uma robótica lúdica, mas baseada em conhecimento, criatividade e totalmente alinhada com os movimentos da tecnologia atual. Convidamos você a entender um pouco mais sobre a Robótica Educativa, não se deixando levar apenas por um nome ou por um oportunismo comercial que tem ludibriado muitos pais a acreditarem que tudo que envolve engrenagens, encaixes e movimentos é a robótica que seus filhos realmente precisam.
A grande dificuldade em modernizar a educação repousa, em parte, na complexidade do gerenciamento de um sistema cheio de interações e muitas “soluções” a curto prazo. É chegado, portanto, o momento de refletirmos sobre esses aspectos, buscarmos conexões globais e modificarmos, gradativamente, a realidade com exemplos e ações locais. Nesta trilha, o que propomos com o desenvolvimento do Método TRON é a construção da interface de inserção tecnológica dentro da educação básica, com a tecnologia assumindo seu ofício como principal instrumento de reorganização do processo de ensino. Isto pode se dar em duas vertentes: no controle e gestão da unidade educacional, proporcionando uma administração muito mais eficiente e prática diante da complexidade de todo esse universo de interações, como também em sala de aula, conectando nossos alunos com o futuro, por meio dos benefícios tecnológicos e desenvolvendo uma nova base para exploração da criatividade, matéria-prima da indústria que leva o mesmo nome.
A mensagem final é a necessidade dos pais conhecerem de fato as alternativas e as demandas às quais seus filhos devem ser submetidos para obterem um melhor preparo. Nesta situação, mover-se apenas por propaganda de soluções oportunistas não é a melhor opção. Adentrem os detalhes dos métodos e soluções oferecidas e verifiquem que conhecimento é transmitido e o que de fato ocorre na prática de inserção tecnológica, pois, de todas as questões debatidas aqui, a mais importante delas é que nos próximos anos será fundamental e necessária uma geração que saiba se comunicar com o novo, por meio de linguagens tecnológicas, sejam elas para substituírem algumas de nossas atividades ou para somarem esforços na criação de novas interações.